No início deste ano, uma reportagem na TV denunciou o recente agravamento da fome no Brasil. Na matéria, pessoas que viviam em insegurança alimentar em 2001 foram revisitadas, para elas o quadro de fome e miséria permanecera ou até piorara. Algumas nem puderam dar seu depoimento, porque morreram por falta de comida.
Ver que após décadas a fome é cotidiana para 33 milhões de brasileiros —de acordo com os dados da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan)— é muito perverso, mais ainda se consideramos que nosso país conquistou uma melhora significativa desse quadro em 2014, quando saiu do Mapa da Fome da ONU.
Desde então, porém, o enfraquecimento ou extinção de políticas públicas de segurança alimentar, somada às consequências da pandemia, nos jogaram de volta a uma situação gravíssima.