Fonte: Jornal Nacional
No Brasil, no pior momento da pandemia, o setor privado se mobiliza para socorrer pessoas em situação de vulnerabilidade.
A fila dobra o quarteirão, mas ninguém aqui se queixa. Pelo contrário. É graças a essa espera que a dona Ângela Maria consegue o mínimo para sobreviver. “Muitas coisas a gente deixou de comer, né? Uma carne, uma fruta”, lamenta a desempregada.
Dona Ângela, de 70 anos, é uma das beneficiadas pelo projeto social criado por Bira Padilha, um empresário do ramo de tecnologia há 4 anos. Uma iniciativa que se transformou nos últimos meses.
“Começou a aumentar muito o número de pessoas pedindo coisas. A ponto de fazer fila na porta da minha casa. O que a gente entregava para cerca de 100 pessoas por mês, hoje a gente ajuda 3 mil pessoas”, conta Bira.
Um ano atrás, quando a pandemia começou, a ajuda vinha de todos os lados. Mas, com o passar do tempo, as doações foram diminuindo. É agora, no momento mais grave da crise sanitária, que a solidariedade pode fazer a diferença na vida de quem mais precisa.
Em 2020, as cestas básicas arrecadadas pela Ação da Cidadania enchiam o galpão. Hoje, a realidade é diferente.
“A gente tinha no mesmo momento do ano passado 80 mil cestas sendo distribuídas e hoje a gente não passa de 8 mil. Então, apenas 10% do que foi o ano passado. A gente tem relatos de pessoas que, inclusive, doaram no ano passado e esse ano estão precisando de doação”, diz Daniel Carvalho de Souza, Presidente do conselho da Ação da Cidadania.
Os maiores bancos também se uniram para combater a fome que a Covid agravou. A doação de R$ 37,5 milhões vai para ações emergenciais no Brasil inteiro.
“A intensidade da crise sanitária, da crise social , é gigantesca. De forma talvez não esperada, 2021 está mais intenso que 2020. E acho que a sociedade como um todo pode contribuir parcialmente, mas de modo complementar às políticas públicas que são necessárias para enfrentar esse momento avassalador que estamos vivendo em 2021”, comenta Ricardo Henriques, superintendente do Instituto Unibanco.
A poucos dias da Páscoa, a fábrica de chocolates faz a tarefa do coelho. Assim como em 2020, a meta é distribuir até domingo 1 milhão de ovos. A primeira parte da produção foi doada para mais de 4.500 instituições espalhadas pelo país.
“A gente chegou até na borda do Brasil com a Venezuela, com o apoio da ONU, do Exército Brasileiro, para levar pra 10 mil crianças de famílias refugiadas. Chegamos em aldeias indígenas, chegamos assim em muitas organizações em todo o Brasil, em hospitais públicos também”, conta o Fundador e CEO da Cacau Show Alexandre Costa.
Mãos que se uniram para levar um pouco de alegria em tempos tão difíceis. “A gente tem aqui um lema que é 'impossível ser feliz sozinho'. Então, fazer a felicidade dessas crianças em todo o Brasil realmente vai nos fazer muito feliz nessa Páscoa”, diz Alexandre.