Ele conta ter muitos sonhos: de um Brasil formado por uma maioria negra, onde se respeite as culturas e as comunidades tradicionais. Um país em que a gente possa acabar com a fome. Assim é Edgard Aparecido de Moura, mais conhecido como "Amaral". É a sua história que vamos conhecer hoje.
Quilombola urbano, filho de agricultora rural, nascido e crescido na periferia, começou seu trabalho social na década de 1980 em São Paulo. Sua bandeira de luta sempre foi ajudar a comunidade, com um olhar especial para a agricultura familiar, a juventude e os quilombos. Há 15 anos praticante do Candomblé e ogã (cargo atribuído aos homens que cuidam de questões administrativas e religiosas), ele também tem como prioridade o debate religioso e a discussão das políticas antirracistas.
Seu trabalho social continuou em Salvador (BA). Se mudou para a cidade em 2017 e em 2020 fundou o comitê “A Parada é Fome, Irmãos e Irmãs”. Doações de alimentos e o debate de políticas públicas para a população negra são algumas das atividades realizadas no coletivo.
A Ação da Cidadania faz parte da vida do nosso homenageado com uma parceria forte no combate a diversas fomes, como a de comida, cidadania, respeito e igualdade. Amaral lembra com emoção da chegada do primeiro caminhão com alimentos durante a pandemia. Ele conta que aquele momento foi muito importante para que as pessoas percebessem que é possível lutar contra a fome, se mantendo firme e motivando a todos.
Trazer o debate da insegurança alimentar e das políticas públicas para dentro da questão racial é uma vitória coletiva da qual Amaral tem orgulho de fazer parte. Que seu acolhimento e cuidado em ouvir o próximo possam inspirar cada vez mais gente!