Fonte: CNN Brasil
Arroz, feijão, batata e carne de porco. De sobremesa, uma fruta. Uma garrafa de água para acompanhar. A refeição vai direto da cozinha da Ação da Cidadania, na Gamboa, zona portuária da capital fluminense, para Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro.
A produção de marmitas pela ONG começou no segundo semestre de 2021, por causa da pandemia. “O contexto da pandemia gerou consequências que agravaram ainda mais toda questão de insegurança alimentar da população no Brasil. A gente observou que apesar da distribuição de cestas básicas tinha ainda um público, uma parcela muito grande da população que mesmo recebendo as cestas não tinha condições de preparo, por ser uma população que hoje está em situação de rua ou pessoas que têm residência, mas não têm condição financeira para comprar insumos, como o próprio gás de cozinha”, explicou Jeniffer Barboza, gerente de projetos da ONG.
Nos próximos dias, as mil refeições que são produzidas na cozinha diariamente seguirão para a região serrana. Além disso, voluntários já separam outros donativos. Alimentos não-perecíveis, água, itens de higiene, colchões e peças de roupas serão levados para Petrópolis.
A mobilização faz parte da campanha SOS Enchentes Brasil. Desde o ano passado, a campanha dá apoio para regiões que sofreram por desastres naturais. Diversos municípios de Minas Gerais, São Paulo, Maranhão, Tocantins, Pará e Bahia já receberam mais de mil toneladas de donativos.
Além de pedir doações a população, a instituição, que desde 1993, recolhe alimentos para ajudar no combate à fome, também está buscando parcerias para o envio de mais itens emergenciais para as vítimas. Doações podem ser feitas pela internet ou no galpão da ONG.
Desastre natural
Na última terça-feira (15), a chuva provocou destruição em Petrópolis, conhecida como cidade “Imperial” e deixou dezenas de mortos. A prefeitura decretou estado se calamidade pública. De acordo com a Defesa Civil, choveu em algumas horas mais do que o esperado para todo o mês de fevereiro. Pelo menos 44 pessoas morreram. As buscas por desaparecidos continua. “Há uma grande equipe concentrada no Morro da Oficina, onde acreditamos ter o maior número de vítimas ainda soterradas. Estamos com 400 militares mobilizados e atuando em 44 pontos atingidos pelo temporal. Montamos um hospital de campanha com 10 leitos onde as vítimas recebem o primeiro atendimento”, disse o governador Cláudio Castro, que está no local.
Outras iniciativas
Segundo o Governo do Estado do Rio de Janeiro, mais de 180 pessoas que moram em áreas de risco foram acolhidas. As famílias estão em estruturas que funcionam em escolas e recebem suporte de profissionais das áreas da Saúde, Educação, Agentes Comunitários, além da Defesa Civil.
Dois caminhões com medicamentos e insumos da Secretaria Estadual de Saúde já estão na cidade. Oito ambulâncias fazem remoção de pacientes e ações de socorro.
Outras iniciativas também já começaram a recolher donativos para as vítimas. O Santuário Cristo Redentor e a Paróquia São José da Lagoa se uniram para arrecadar alimentos, água, roupas e ítens de higiene pessoal e limpeza.
Batalhões da Polícia Militar funcionam como pontos de recolhimento de donativos para as vítimas da chuva em todo o estado. Água mineral e itens de higiene pessoal são necessários neste momento.
O saguão do Palácio Pedro Ernesto, na Cinelândia, também funcionará como ponto de doções para Petrópolis. A Câmara dos Vereadores do Rio receberá l alimentos não perecíveis, água potável, itens de limpeza, de higiene pessoal, máscaras e álcool em gel, das 9h às 18h. Os donativos serão reunidos e levados pela Câmara do Rio à sede do Legislativo de Petrópolis.